
O robô, em laranja na foto, é responsável por movimentar toda uma seção de fuselagem até uma outra seção (não visível na foto), para a junção das duas partes. Embora o emprego de robôs já seja uma constante na indústria há muitos anos, tem-se aqui um desafio devido à precisão exigida pela manobra. Uma seção de fuselagem de peso considerável será movimentada por vários metros dentro de um espaço aberto, e ao final da montagem espera-se que o ajuste de posição, com relação à outra parte da fuselagem, seja de uma fração de milímetro. Problema adicional: há sempre erros de posicionamento das próprias seções de fuselagem em cima dos robôs, então não se trata apenas de controlar bem os robôs, mas também de medir, em tempo real, a posição efetiva das fuselagens.
Uma outra foto interessante vai abaixo, mostrando a estrutura interna da fuselagem.

Note que a espessura das chapas empregadas é "aparentemente" fina demais. O fato é que a estrutura de um avião é sempre otimizada para proporcionar a maior rigidez necessária com o mínimo peso possível, e atualmente modelos computadorizados permitem levar o processo de otimização ao extremo. Friso que busca-se apenas a rigidez necessária, e nada mais. Isso quer dizer o seguinte: o engenheiro de estruturas calcula o carregamento máximo previsto para a estrutura, considerando a situação mais crítica (maior carga g no avião, situação mais crítica de distribuição de peso a bordo). Em seguida, aplica sobre este valor o chamado coeficiente de segurança (que varia de elemento para elemento da estrutura). Chega-se assim ao valor de carregamento que a estrutura deverá ser capaz de suportar. Produzir uma estrutura que suporte mais carga é um desperdício, pois significa que se empregou mais material que o necessário e que o avião está carregando um peso morto. Uma estrutura que suporte menos carga que o exigido pelo fator de segurança não pode ser aprovada, por não atender às normas.
Outra boa surpresa da visita foi poder ver o CBA-123 Vector que está em exposição na Embraer. A aeronave é muito curiosa e merece alguns posts só pra ela. Mas vale aqui a menção.

Note que o arranjo dos motores é típico de um jatinho executivo. Porém trata-se de um turbo-hélice! As hélices são montadas voltadas para trás. A sigla CBA significa Cooperação Brasil-Argentina. O projeto iniciou-se em 1986 e o primeiro vôo do protótipo foi realizado em 1990.
3 comentários:
Este Blog é sensacional! Os colaboradores sao de altíssimo e nível estima! Parabens!
Coisa linda hein... Boa Axel!
Bom artigo! Esse CBA-123 é bem interessante também.
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