terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cartas Aéreas Brasileiras

Há algum tempo o DECEA fez um trabalho maravilhoso ao disponibilizar uma ferramenta para quem precisa ter as cartas aéreas oficiais e atualizadas, reduzindo a carga de trabalho em Salas AIS, por exemplo. Além é claro, de fazer a alegria dos leigos em aviação!

Trata-se do AISWEB, cujo link é este aqui. Está tudo incluso, cartas ADC, PDC, ARC, SID, STAR, IAC, ERC, WAC (!!!!), Rotaer e etc....

Não é imediata a familiarização com o site, e para isto, este blog facilitou as coisas. Indexou cada link de cartas do site do AISWEB de forma fácil e rápida, permitindo encontrar os conteúdos mais facilmente. Basta clicar com o botão direito no link e escolher "Salvar Destino como...". Os nomes dos arquivos (quase sempre, em pdf) são sempre os mesmos no servidor do AISWEB, assim, você consegue ter as cartas atualizadas sem a alteração do link.

Fica a dica, e bons vôos!

domingo, 2 de agosto de 2009

Sistema de Navegação Inercial

As aeronaves, da mesma forma que acontece com navios, foguetes, precisam de instrumentos que permitam ao vôo ocorrer sem referências visuais com o solo. Esta necessidade surge tanto por questões meteorológicas como por questões da região de vôo, sobre oceanos por exemplo.

Para conseguir navegar em tais condições, o homem desenvolveu técnicas que foram evoluindo ao longo do tempo em facilidade, precisão e confiabilidade. Passando por técnicas baseadas na observação de astros, radionavegação (VOR, NDB) e satélite (GPS); a navegação inercial é utilizada até hoje.


Surgida inicialmente para equipar mísseis, este tipo de navegação consiste em medir certos parâmetros que ao serem submetidos a uma série de cálculos (simplificadamente, série de integrações), permitem obter a posição, velocidade, atitude, entre outras medidas importantes ao vôo.


Os parâmetros medidos são acelerações lineares nos três eixos da aeronave (por meio de acelerômetros) e velocidades angulares também nos três eixos (por meio de giroscópios). Para cada um dos seis graus de liberdade, computadores de bordo integram ao longo do tempo as acelerações ou velocidades medidas, obtendo parâmetros como a posição.


Qualquer pessoa que já lidou com tratamento de sinais, sabe a real dificuldade de tais operações descritas, principalmente quanto à maximização de erros inerentes às medidas. Como a idéia do Sistema de Navegação Inercial é obter as medidas tendo uma posição inicial (geralmente tomada no aeroporto de partida) e a partir de então, não ser mais necessária a intervenção de outro sistema de navegação, as medidas podem se tornam bastante imprecisas ao longo do tempo pelo acúmulo de erros.


Para contornar tal dificuldade, o Sistema de Navegação Inercial é acoplado a sistemas de navegação por satélite, como o GPS. Ao longo do tempo, os dados de posição inicial vão sendo realimentados com a posição obtida por GPS o que permite reduzir as margens de erro crescentes com os loops de integração.A seguir, uma imagem deste sistema no overhead de um Boeing 737. Link original da foto aqui.


A tecnologia envolvida em tais acelerômetros também é muito densa, e pode ser vista um pouco neste paper.

E esses acelerômetros não servem apenas para navegação. Este paper mostra como trabalhar com os dados obtidos para calcular dados referentes ao desempenho de aeronaves.

Este post surgiu da minha vontade de aprender um pouco sobre esse sistema de navegação que acho incrível. No entanto, ainda não encontrei fontes que mostrem o aspecto prático do uso deste tipo de navegação em aeronaves, que explique, por exemplo, como este sistema de navegação é integrado aos outros e utilizado durante um vôo. Se você conhece alguma fonte sobre isso, comente!